Modelo chega em versão única de acabamento (R$ 98,9 mil).
Destaque para a suspensão firme, mas falta força para o motor.
A Dodge lançou nesta sexta-feira (15) o crossover Journey, que chega do México em versão única de acabamento (R$ 98,9 mil) e três anos de garantia, equipado com motor V6 2.7 de 185 cavalos, câmbio automático de seis marchas e dez airbags.
O Dodge Journey é o primeiro de uma leva de três crossovers importados que chegam para serem vendidos no Brasil este ano. Ainda em agosto, a Chevrolet apresenta o Captiva, também mexicano e, na seqüência, a Ford prepara o Edge, vindo do Canadá.
Mas o que é um crossover? É um carro (sem tração 4x4) que reúne a aparência de um utilitário esportivo, a dirigibilidade de um sedã e a praticidade de uma minivan. O segmento foi inaugurado há cerca de um ano com o Mitsubishi Outlander – que não concorre diretamente com essa turma vinda da América do Norte por ser mais potente (220 cavalos) e custar mais (R$ 131,5 mil).
A proposta eclética desse tipo de veículo faz com que os concorrentes sejam os mais variados, destacando-se as minivans francesas Citroën Grand C4 Picasso e Grand Scènic, além dos jipes japoneses Honda CR-V e Toyota RAV4.
O acabamento é caprichado e inclui painel de borracha, cada vez mais raro com a profusão de plástico rígido presente nos modelos atuais, inclusive naqueles que beiram os R$ 100 mil. O painel tem iluminação esverdeada e entrega computador de bordo, piloto automático, ar-condicionado digital de três áreas distintas e sistema de rádio DVD/player com disqueteira para seis discos e entrada auxiliar. Para assistir aos filmes prediletos, porém, é preciso instalar uma tela de cristal líquido no teto – vendida apenas como opcional, assim como o módulo de Bluetooth do rádio.
Reforçando a vocação familiar do Journey, os bancos são revestidos por um tecido lavável (parecido com neoprene) que, segundo a montadora, é à prova de manchas, odor e eletricidade estática. Outra praticidade são os vários compartimentos espalhados pelo carro, sendo que um deles, na parte superior do porta-luvas, é climatizado – podendo ser resfriado ou aquecido por meio do ar-condicionado.
Em ação, o destaque fica para a suspensão independente nas quatro rodas com regulagem firme, que evita inclinações excessivas da carroceria nas curvas, sem comprometer o conforto em pisos acidentados. O isolamento acústico é cuidadoso e filtra grande parte dos barulhos em velocidade de cruzeiro. Mas, quando o motorista pisa com mais vontade no acelerador, o motor quebra a barreira do silêncio.
O barulho invade o interior e explicita o esforço descomunal do motor para empurrar as quase duas toneladas de peso. E olha que a Dodge fez de tudo para aliviar o peso da Journey (o capô é de alumínio e a tampa do porta-malas, de plástico). Mesmo assim, os 185 cavalos de potência e, principalmente, os 25,7 mkgf de torque se mostram frágeis no momento de arrancar com mais vigor ou mesmo na hora de fazer ultrapassagens.
Para amenizar um pouco essa limitação, a Dodge encurtou as relações de marchas do bom câmbio automático de seis marchas, mas não foi o bastante. Durante uma subida, motor e câmbio não s entendem e as marchas são constantemente trocadas. Para evitar o inconveniente, é necessário colocar a alavanca no modo manual e escolher a marcha mais indicada para a ocasião. Esse é um dos senões da versatilidade. Afinal, por mais eclético que algo possa ser, é impossível ser bom em tudo.
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