segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Reencontro sem surpresas

Polo hatch volta a ter motor 2.0, desta vez flex e com 120 cv. Roupagem é GT, mas falta pegada para ser um esportivo

Volkswagen

É sábado à noite e você marcou de reencontrar aquela garota que não via há alguns anos. Ela está bonita, como sempre foi, de roupa nova, mas falta brilho. Talvez, os sapatos estejam destoando. Quem liga? No fim das contas, o papo agradou. Não sou especialista nato em mulheres ou carros, mas ouso comparar este reencontro ao Polo GT. Trata-se da volta da versão 2.0 do hatch, mas agora com o “novo” motor flex de 120 cv com álcool e preço inicial de R$ 55.400. Atraente, sim, mas falta algo...
Eduardo Marchetti, especialista de produto da VW, explica: “Quem tem este carro quer ser notado. Por isso colocamos itens que destacam a versão especial, atendendo a esse sentimento do proprietário”. Ele se refere à roupagem “GT” dada ao hatch. Na dianteira, o modelo adotou uma grade idêntica à utilizada pelo Polo GTI, edição limitada em 100 unidades comercializada em 2006 no mercado brasileiro. Os faróis ganharam máscara negra e, junto da grade, fazem da dianteira o ponto mais interessante do GT.

Volkswagen

Basta olhar a lateral, porém, para perceber primeiro deslize, os “calçados”. As rodas Draco de 15” (mesmas do Fox Extreme), equipadas com pneus 195/55, são bonitas, mas poderiam ser de uma polegada maior. Vale lembrar que seu arqui-rival, o Punto Sporting, sai de fábrica vestido com rodas de 16”. Ainda na lateral, o Polo teve a soleira pintada de preto, para acompanhar a grade dianteira. Na traseira, um aerofólio na mesma cor, a logomarca da série e a saída dupla de escape dão o toque final ao GT.
Assim como aquela garota, o Polo GT sabe agradar. No interior, ele mantém o mesmo conforto das demais versões, com a vantagem de vir mais equipado. O volante tem revestimento de couro e traz a inscrição GT, assim como a soleira das portas e a manopla de câmbio. A pintura cinza fosca tornou o painel mais atraente. O carro tem ainda ar-condicionado digital Climatronic, computador de bordo I-System, alarme com acionamento elétrico dos vidros e portas e volante com regulagem de altura e profundidade. Na hora de estacionar, os apitos denunciam a presença do sempre bem-vindo sensor de estacionamento. Como opcional, há duplo airbag, freios ABS e piloto automático, entre outros itens.

Volkswagen
Volkswagen

Passada a impressão visual, é chegada a hora de saber se o encontro realmente valeu a pena, ou seja, vamos acelerar. O motor 2.0 flex rende 116 cv com gasolina e 120 cv com álcool, ambos a 5.250 rpm. O torque é mais interessante: são 17,3 kgfm presentes logo aos 2.250 rpm. Sendo assim, a saída do hatch chega a animar. Encher as três primeiras marchas garante um sorriso no rosto. Dá pra superar os 100 km/h em menos de 10 segundos, diz a Volks. Mas o Polo 2.0 hatch à gasolina fazia praticamente a mesma coisa em 2002. O GT está longe de lembrar o empolgante desempenho do GTI, que tinha motor 1.8 20V turbo de 150 cv. Pelo menos os freios a disco nas quatro rodas são de série e seguram bem a rédea dos 120 cv.
Mas um GT não é apenas desempenho, e a dirigibilidade do Polo conta a favor. A direção é justa, assim como a suspensão firme, mas que sabe absorver bem os impactos das acidentadas ruas brasileiras. Não há diferença alguma em relação aos outros modelos da linha, da qual o GT deverá responder por 10% das vendas.
No fim da noite, digo, da avaliação do GT, lembro da tal garota. Se você for esperando muito, pode achar que falta alguma coisa. Mas ela tem bom papo, é divertida. E já que não há nada muito melhor no horizonte (os demais “GT” do mercado andam menos que esse Polo), ela, ou melhor, o Polo GT acaba valendo a pena.

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